A Ponte da Confiança

Após deixarem a clareira da partilha, Jesus e seus amigos seguiram por um caminho cercado de árvores altas e silenciosas. A floresta era diferente agora: mais densa, com sombras que dançavam conforme o vento soprava pelas copas. O grupo caminhava em silêncio, mas com o coração tranquilo. Cada um sentia a presença do outro como um abraço constante.

Logo chegaram a um riacho de águas claras. Corria ligeiro entre as pedras, fazendo curvas suaves. No meio do caminho, havia uma ponte de madeira. Ela parecia antiga, feita de troncos amarrados com cipós e coberta de musgos.

A pomba voou até o início da ponte, mas parou. Olhou para baixo e depois para os amigos.

“É muito alta… e parece frágil”, disse ela, com um leve tremor nas asas.

O coelho também se aproximou. “E se ela quebrar enquanto estamos atravessando?”, perguntou, preocupado.

A tartaruga analisou devagar. “A água é forte. Se cairmos, podemos nos machucar.”

A raposa caminhou até a borda e farejou o ar. “O cheiro da madeira está bom… mas não sabemos o que há do outro lado.”

Jesus, o cordeiro, deu alguns passos à frente. Olhou para a ponte, depois para o grupo, e sorriu com ternura.

“Não tenham medo. Estou com vocês”, disse ele com voz serena. “Confiança é atravessar mesmo sem ver todo o caminho. É acreditar que não estamos sós.”

Com calma, ele foi o primeiro a pisar na ponte. A madeira rangeu um pouco, mas se manteve firme. Jesus caminhava com leveza, como se cada passo fosse guiado por algo maior.

A pomba respirou fundo e foi atrás. Depois o coelho, com pulinhos cautelosos. A raposa seguiu com passos calculados, e a tartaruga, com seu ritmo lento e firme.

No meio da ponte, o vento soprou forte. A pomba hesitou, mas Jesus estendeu a pata.

“Segure-se em mim”, disse ele. E ela segurou.

Todos atravessaram juntos, um apoiando o outro. A ponte balançava, mas não cedia. Eles olhavam para frente, mas também cuidavam de quem vinha atrás. Ninguém seria deixado.

Quando chegaram do outro lado, uma alegria suave tomou conta de todos. O coelho pulou no ar, a raposa rodopiou entre as folhas. A tartaruga sorriu e olhou para o céu. A pomba, com os olhos brilhando, abraçou Jesus.

“Eu achei que não conseguiria… mas consegui”, disse ela.

“Porque você confiou”, respondeu Jesus. “E quando confiamos uns nos outros, conseguimos ir além do que imaginamos.”

Sentaram-se à beira do riacho por um tempo, ouvindo a água cantar. A luz do sol filtrava-se entre as árvores, desenhando pequenos arco-íris na névoa da floresta.

“Vocês sabiam que há pontes invisíveis entre corações que se amam?”, perguntou Jesus. “Não se veem com os olhos, mas se sentem com a alma. São feitas de fé, cuidado e coragem.”

O grupo ficou em silêncio por um momento, deixando as palavras pousarem dentro do peito como sementes.

A ponte atrás deles parecia agora diferente. Não era mais um desafio. Era um símbolo do que haviam vencido juntos.

“Vamos?”, disse o coelho, empolgado.

“Vamos”, respondeu Jesus. “Muitas pontes ainda nos esperam. E com amor e confiança, atravessaremos todas.”

E então, com passos firmes e corações entrelaçados, seguiram adiante pela trilha.