Chá com as Corujas

No alto da colina que respira neblina, Trilo arrumava a mesa de folhas secas. Era noite de chá mágico da floresta, e as corujas anciãs já voavam em círculos sobre as árvores. Ele havia colhido pétalas de luar, canela de tronco oco e orvalho de violeta.

Quando a água começou a cantar dentro da chaleira de pedra, três corujas pousaram: Luma, a guardiã dos mapas; Orna, que lia as estrelas; e Beléu, que falava só em poemas. Trilo serviu o chá com cuidado, mexendo com um galhinho de carvalho.

“Queremos saber,” disse Luma, “onde está a flor que canta?”
“Ela brotou,” respondeu Trilo, “no silêncio que canta também.”

As corujas fecharam os olhos e sorriram. Cada uma deixou uma pena no centro da mesa. “Três pistas para tua próxima aventura,” disse Orna, piscando.

Naquela noite, Trilo dormiu enrolado em uma manta de folhas, com o aroma do chá mágico da floresta ainda nos sonhos.