O caminho até a Floresta Dourada era coberto por pequenas pedras que tilintavam como sinos sob as patas do urso e os pezinhos da lontra. O sol atravessava as copas das árvores, iluminando o chão com manchas douradas que dançavam conforme o vento soprava.
A lontra girava entre as folhas, dando pulinhos de alegria.
— Olha essa aqui, urso! Parece uma estrela!
O urso, sempre calmo, se abaixou para observar. Era mesmo: uma folha dourada com pontas arredondadas e pequenas marcas que lembravam constelações. Ele a guardou com cuidado em sua bolsa de tecido feita com musgo.
A floresta tinha um cheiro delicioso de terra molhada e flores secas. As folhas caíam como neve dourada, formando tapetes que estalavam sob os pés. Algumas eram redondas como a lua, outras em forma de coração. Cada uma parecia contar uma história.
— Dizem que essas folhas guardam segredos do vento — sussurrou a lontra, com olhos brilhando de mistério.
— E também lembranças boas — completou o urso, pegando uma folha que lembrava uma concha.
Eles seguiram recolhendo as folhas com carinho, como se estivessem colhendo memórias. A cada nova forma, uma nova risada. A cada cor dourada, um novo suspiro de encanto.
No centro da floresta, encontraram uma clareira com um tronco caído. Sentaram ali para descansar, observando o céu entre os galhos.
— Que lugar mágico… — murmurou a lontra, apoiando a cabeça no ombro do urso.
Ele sorriu e respondeu:
— E ainda temos muito para descobrir.
E com os bolsos cheios de folhas mágicas e o coração leve, os dois amigos seguiram caminho para o próximo destino da ilha encantada.