O dia seguia calmo enquanto Jesus e seus amigos caminhavam pela floresta. O céu ainda estava azul, mas nuvens cinzentas começaram a se formar no horizonte. O vento que antes era leve agora soprava com mais força, fazendo as árvores balançarem e sussurrarem alertas silenciosos.
O coelho olhou para cima. “Acho que vai chover…”
A pomba sentiu um arrepio nas penas. “O ar está diferente…”
Jesus olhou para o céu e disse com serenidade: “Às vezes, a vida traz tempestades. Mas não estamos sozinhos. Vamos encontrar um abrigo.”
As primeiras gotas caíram, tímidas como lágrimas. Mas logo, a chuva engrossou. O grupo começou a correr, procurando um lugar seguro. A tartaruga andava com dificuldade no chão escorregadio, e a raposa a ajudava, cobrindo-a com a cauda felpuda.
Depois de alguns minutos, avistaram uma caverna entre as pedras. Era pequena, mas acolhedora. A entrada era protegida por galhos e folhas, como se a própria floresta tivesse construído aquele abrigo para eles.
Assim que entraram, suspiraram aliviados. Estavam molhados, mas em segurança. O barulho da chuva lá fora era forte, mas ali dentro havia silêncio e calor.
Jesus recolheu folhas secas e galhos caídos e montou um cantinho macio no fundo da caverna. “Vamos nos aquecer juntos”, disse ele.
A pomba ajeitou as asas e se aninhou ao lado do cordeiro. O coelho tremia um pouco, então a raposa o cobriu com parte de seu pelo. A tartaruga tirou um pedacinho de pano de sua bolsa e o usou como cobertor para todos.
Jesus acendeu uma pequena lanterna de azeite que guardava consigo. A chama era suave, mas iluminava a caverna com uma luz dourada e tranquila.
“Mesmo na tempestade, há abrigo ao meu lado”, disse Jesus, com os olhos brilhando na penumbra.
Lá fora, trovões soavam distantes, e os relâmpagos pintavam o céu. Mas ali dentro, havia paz. O som da chuva batendo nas pedras virou canção de ninar.
Aos poucos, o grupo foi relaxando. O coelho adormeceu primeiro, com a cabeça encostada em Jesus. A pomba fechou os olhos devagar. A tartaruga respirava fundo, sentindo o cheiro da terra molhada. A raposa, sempre atenta, descansou mantendo uma orelha erguida. E Jesus permaneceu ali, sereno, velando por todos.
Enquanto dormiam, sonhos doces chegaram. Sonharam com campos floridos, com o céu cheio de estrelas, com abraços quentes e risos de alegria. Mesmo com o mundo lá fora em tempestade, dentro deles tudo era luz.
Horas depois, a chuva começou a diminuir. O céu ainda estava nublado, mas um feixe de luz atravessou as nuvens e entrou pela entrada da caverna, tocando o rosto de cada um como um carinho do céu.
Jesus sorriu e murmurou, como uma prece suave:
“Depois da chuva, a terra floresce. E quem passa pela tempestade com amor, volta mais forte e unido.”
Um a um, os amigos despertaram, espreguiçando-se com calma. Estavam prontos para seguir em frente. Mas antes de sair, a pomba pegou uma pedrinha brilhante no chão da caverna e a colocou em sua bolsinha.
“Para lembrar que até nos dias escuros, encontramos luz”, disse ela.
E então, com o coração aquecido e o espírito renovado, Jesus e seus amigos saíram da caverna. O caminho ainda estava úmido, mas já havia passarinhos cantando novamente.
Eles seguiram viagem, sabendo que juntos, poderiam enfrentar qualquer tempestade.