O Encontro com a Tartaruga Guardiã

Tupã pulava entre folhas e galhos, com o mapa amassado preso em sua mochilinha de folha. Depois de horas saltando, ele chegou a um trecho da floresta onde tudo era silencioso demais. Até o vento parecia sussurrar segredos.

Ali, à sombra de uma grande árvore torta, descansava uma tartaruga de casco todo desenhado. Ela usava colares feitos de sementes e tinha olhos serenos como o lago em que Tupã morava.

— Está perdido, pequeno sapinho aventureiro? — perguntou ela, sem abrir os olhos.

Tupã ficou surpreso. Como ela sabia?

— Encontrei um mapa… e decidi seguir. Mas não sei o que estou procurando exatamente — respondeu, se aproximando.

A tartaruga riu baixinho, com um som que parecia folhas secas ao vento.

— O mapa mostra caminhos, mas o coração é quem decide a direção. Para atravessar a floresta, você precisará de mais do que pulos rápidos.

Ela então retirou de uma sacola uma pequena pedrinha azul brilhante.

— Guarde isso. Vai te ajudar a ver o que não é visível. Mas lembre-se: nem tudo que brilha é o que parece.

Com um aceno lento, a tartaruga voltou a fechar os olhos, e Tupã seguiu adiante, agora com um brilho a mais dentro da mochila… e dentro do peito.