O Vento que Contava Histórias

Trilo voltou à clareira onde tudo começou. A flor azul ainda cantava. Ele se sentou, com a pena dourada em mãos, e escutou.

O vento soprava baixinho, mas contava histórias. De árvores antigas que dançavam antes dos rios. De estrelas que dormem dentro de pedras. De duendes que escrevem em folhas com seiva.

Trilo abriu uma folha grande e pegou um graveto fino. Escreveu devagar, ouvindo o que o vento dizia. Cada palavra era leve como nuvem.

Ao final, pendurou a folha em um galho. E, por um segundo, o tempo parou. A floresta inteira parecia ouvir junto.

Era assim que histórias nasciam: sopradas pelo vento, guardadas em folhas, lidas em silêncio.