Era bem cedo, e a névoa ainda dançava sobre o rio cristalino. Duas capivaras deslizavam seus remos em silêncio sobre a água, em uma canoa feita de madeira escura e polida. A floresta ao redor despertava devagar: folhas pingavam orvalho, pássaros começavam seus cantos suaves e o ar tinha cheiro de terra molhada.
As capivaras remavam com calma, alternando os remos trançados em palha. No fundo da canoa, descansavam cestos com frutas silvestres, flores e ervas aromáticas. Um beija-flor curioso as seguiu por um trecho, voando rente à água.
Em um trecho mais largo do rio, pararam para contemplar o reflexo das árvores ondulando com a brisa. Era como se o tempo desacelerasse ali, naquele encontro entre a água, a névoa e o coração tranquilo da floresta.
Naquele passeio, não buscavam um destino. Apenas o silêncio, a beleza e o prazer de flutuar entre mundos.